quarta-feira, 4 de junho de 2008

Saudade.

Saudades. Ultimamente ando cheio de saudades, mais do que o normal, do que deixei no Norte. Saudades da minha mãe, das pequenas discussões com ela, dos repetitivos conselhos dela, da voz dela, do ressonar dela, do tagarelar dela e da forma única com que ela costuma aconchegar-me os lençois e desejar-me boa noite quando vou dormir. Saudades do meu irmão, de jogar PS2 com ele, de lhe mandar bocas cheias de sarcasmos e ironias, de falar com ele, das confidências entre irmãos no quarto antes de irmos dormir, das discussões e lutas de ideias, de tentar jogar à bola com ele, de passear com ele e levá-lo comigo para ir ter com os meus amigos quando ele se chateia com os amigos dele, saudades de o ouvir tocar guitarra, saudades da expressão só dele quando está a tentar escapar ao óbvio. Saudades do coro paroquial, da dona Sila e do seu sorriso sempre terno, da Carolina e da sua gémea Ana mais os seus maus feitios, do André e da sua voz grave que comanda os rapazes na grande batalha que é cantar no raio da missa, do Toni e do seu violino que já conheceu melhores dias xD, do resto do batalhão: os que cantam e os que finjem cantar. Saudades do Tomé e do Chico, das grandes discussões entre os três para saber quem joga melhor Counter Strike (quando nenhum de nós joga aquela porcaria há mais de 4 anos...), das nossas aventuras, do "Jogo da Pinha", das idas ao rio, dos segredos partilhados, dos projectos feitos entre os três, das tardes de Vampire, das idas à caça do pardal (nunca apanhámos nenhum...:-p), das bebedeiras nas festas de S. João, da forma como ambos discutiam entre si, zangavam-se, mas graças à minha pessoa faziam as pazes(sim, concedi-me a mim mesmo um momento de Kerhexiocentrismo) e mais que tudo das alturas em que precisava de alguém e eles estavam lá, nos bons e maus momentos. Saudades constantes da minha pequerrucha, mesmo quando estive com ela há cinco minutos. Saudades da Stéph, do Brolho, do Kunha, do Ximenes, da Vera, do Choupana, do Puto Maluco, do Ruisinho, do Chichu, do Lobito, do Coelho, do Banhura, do Grimório, do Professor Filipe, da Dona Gena, da Dona Silvina, do Sr. Fernando, da Dona Almerinda, da Dona Junja, do Tio Jaime, do primo Arcádio, do Minho, do estrume, das ovelhas, dos galos, dos gatos, do raio dos cães que não se calam, das couves, de roubar laranjas e cerejas nos quintais da freguesia, dos pinheiros e dos eucaliptos, de ensinar os putos a jogar Magic, de botar umas canecas ou uns finos com o Kunha e o Brolho, de ouvir a Stéph a falar seja do que for, dos abraços e dos socos, dos risos e dos choros, dos "olá's" e dos "adeuse's", saudades de tudo. Saudades.


[A todos aqueles de quem tenho saudades. Dos aqui referidos e dos outros, que existem, que eu estimo e de quem sinto falta.]