Doce Sonho que me fazes
voar entre nuvens de felicidade
e de arco-íris repletos de cor.
Procuro-te todas as noites
fechando os olhos na escuridão
do meu quarto solitário.
Fecho os olhos e espero que
me reclames ao teu dominio
de mistérios e surpresas.
Fico à espera que sejas tu a reclamar-me
na vez do teu irmão e antónimo: Pesadelo;
aquele que me provoca medo, angústia e
acorda-me cheio de suores frios
no meio de um quarto escuro e só.
És-me demasiado precioso, ó Morpheu;
pela raridade das vezes em que me levas
nos teus braços sedutores,
cheios de promessas e de ilusões.
Ilusões que procuro como se de
narcóticos se tratassem,
sem os quais não conseguiria
(sobre)viver o dia-a-dia.
Agradeço cada uma das vezes
que me vens buscar,
agradeço-as e esforço-me por recordar
momentos tão doces e preciosos.
Momentos efémeros, destruidos
pela existência maldita dos
terriveis relógios-despertadores
e da luz que entra através de frestas
em persianas mal cerradas.
Preciso de ti, doce Sonho que me fazes
voar entre nuvens de felicidade
e de arco-íris repletos de cor.
Sê o meu amante fugidio e ausente,
que vem quando menos se espera,
para me surpreender entre os lençois
e o travesseiro.
Sê o arauto das alegrias e do mundo
onde os limites são mentira
e posso despir-me das máscaras
e disfarces para ser quem sou.
Sê meu, doce Sonho.
[Vens buscar-me esta noite?]